Quem ganha com o Sem Parar / Via Fácil? 1


Os números do sistema de pagamento eletrônico de pedágio são grandes:

Hoje, 49,1% dos pagamentos de pedágio em rodovias paulistas são feitos através de tag. Cerca de 2,5 milhões de veículos dos 22 milhões registrados em todo Estado possuem tags ativos [3].

Em 2009, as três marcas de fantasias da STP arrecadaram, juntas, R$ 3,5 bilhões. No ano passado, depois de repassar a parte do pedágio que cabia às concessionárias das rodovias privatizadas, a STP faturou R$ 281 milhões [2].

O sistema eletrônico traz várias vantagens para o usuário, como passar rapidamente pelas praças de pedágio, não se preocupar em portar dinheiro para pagar o pedágio, controle de frota, etc.

As concessionárias também se beneficiam, com praças de pedágio menores, redução de empregados e de riscos, pois não há dinheiro em espécie circulando.

O problema está no custo do serviço. Este ano o Sem Parar disponibilizou uma nova modalidade, mesmo assim os valores são altos pois além do pedágio você também paga pela manutenção:

Considerando os benefícios para as concessionárias, o serviço do Sem Parar não deveria ter qualquer cobrança adicional de tarifas, deveria, inclusive, oferecer tarifas mais baixas conforme a utilização do sistema eletrônico.

Por outro lado, como mencionaram em um debate (salvo engano, no Jornal Gente da Radio Bandeirantes), esse valor cobrado a mais é a taxa pela conveniência do serviço, pelas vantagens para o consumidor. Inclusive sugeriram que com o aumento da adesão ao sistema eletrônico, em breve deve surgir o “Via Super Rápida”, com valores maiores e benefícios diferenciados, como não reduzir a velocidade ao passar pela praça de pedágio ou pagamento proporcional à distância percorrida.

A STP

O Grupo STP (Serviços e Tecnologia de Pagamentos S.A) é composto pelas principais empresas concessionárias de rodovias no Brasil:

Cabe corrigir o gráfico acima, pois a EcoRodovias é concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes e Trabalhadores-Carvalho Pinto. A Anhanguera-Bandeirantes é da CCR.

Atualização – 20/03/2016

As Acionistas da STP venderam a empresa para a DBTrans, mantida pela americana Fleetcor. A concretização do negócio depende de aprovação do CADE.

Fonte:

  1. Estadão: CCR vende a dona do Sem Parar por R$ 4 bilhões
  2. FleetCor: FleetCorto Acquire STP, a Leading Electronic Toll Payment Company

A STP reúne diversas marcas de sistemas de identificação de veículos:

Concorrência

Você já viu em alguma Rodovia a possibilidade de utilizar um sistema diferente do Sem Parar para efetuar o pagamento eletrônico do pedágio? Eu não. No Rio de Janeiro há uma rodovia onde não há monopólio para explorar o pagamento eletrônico:

A única via municipal privatizada do país aceita três diferentes serviços de pagamentos automáticos de pedágio. Lá, o usuário pode escolher entre o Onda Livre (outra bandeira da STP), o Auto Expresso (operado pela DBTrans) ou o Passe Expresso (explorado pela concessionária da Linha Amarela).

 O Onda Livre cobra uma taxa de adesão de R$ 61,57 e uma mensalidade de R$ 8,70. Quem opta por seu serviço leva a vantagem de poder usá-lo em quatro concessões no Estado do Rio onde a STP está presente. Para se servir do Auto Expresso, o cliente não precisa pagar taxa de adesão, apenas uma mensalidade de R$ 9,90. O Passe Expresso, da própria Linha Amarela, é o mais barato de todos [2] (mensalidade de R$ 6,90).

Acabar com o monopólio do STP é fundamental para a redução dos preços, o que deve ocorrer nas rodovias de São Paulo em breve:

O Auto Expresso entrará no mercado paulista cobrando uma mensalidade de R$ 6,00, contra os R$ 11,90 cobrados atualmente pelo único operador. Além disso, trará inovação ao mercado ao disponibilizar o serviço no modelo pré-pago de pagamento eletrônico, no qual o motorista poderá carregar o tag com um determinado valor e passa pelas praças de pedágio normalmente. Nessa modalidade, o cliente ficará livre da cobrança de mensalidade. “Nossa grande aposta é no modelo pré-pago sem mensalidade, pois é perfeito para o grande contingente de clientes que passam pelas praças com menor freqüência”, complementa Nunes [4].

Essa modalidade de pagamento pré-pago e sem mensalidade é semelhante à iniciativa do Governo de São Paulo para implantar a cobrança do pedágio proporcional à distância percorrida.

Referência

  1. Fotos:
    1. Pedágio. Fernando Stankuns / flickr
    2. Escolha seu plano: Sem Parar;
    3. Donos do Pedágio: Época: Via rápida para o lucro;
    4. Marcas da STP;
  2. Época: Via rápida para o lucro;
  3. Governo do Estado de São Paulo: Estado anuncia novo modelo de pedágio na região de Campinas;
  4. dbtrans:  DBTRANS acaba de ser autorizada a operar o Auto Expresso em São Paulo;