É necessário acabar com os armazéns de processos concluídos


Foto: Flickr de Anne G

Toda vez que visito um cartório de alguma vara do Poder Judiciário fico impressionado com a quantidade de processos nas prateleiras, sem contar os já finalizados, arquivados em unidades especializadas. Essa imensa quantidade de papel, a dificuldade de localização, consulta e transporte é um dos argumentos mais fortes para a digitalização total dos processos.

Lugar de advogado é no escritório, próximo ao cliente, e não no balcão da vara.

Para manter armazenados os processos findos, são necessários milhares de metros quadrados do Judiciário e de empresas privadas, centenas de servidores e milhões de reais. Só o TJ – SP gasta mais de R$ 1,7 mi por mês com essa estrutura¹, já o  TRT de São Paulo inaugurou recentemente um armazém de 15 mil m² para essa finalidade.

Em nossos escritórios armazenamos cópias de documentos e peças dos processos em andamento, exigindo espaço, móveis e organização que demandam tempo e custo. Infelizmente ainda há grande desconfiança sobre a autenticidade dos documentos digitais e falta capacidade de investimento para garantir estruturas de backup confiáveis para armazenar os documentos digitais nos escritórios.

Estamos avançando para vencer os papéis, mas ainda falta conhecimento, investimento e regras. Somente quando estes três fatores estiverem ao alcance de todos este problema será resolvido.

Referência

  1. O Direito e as Novas Tecnologias: Judiciário desembolsa milhões de reais para arquivar toneladas de processos de papel;
  2. Última instância: A longo prazo, TJ de São Paulo vai gerenciar quase 70 milhões de processos.