Cambistas utilizam robôs para adquirir ingressos


tenda Cirque

Como os cambistas conseguem comprar tantos ingressos em pouco tempo? Atualmente a resposta está na atuação de robôs, softwares especializados em efetuar compras em sites de venda de ingressos na internet.

Em 2011 escrevi sobre a atuação de programas semelhantes nas licitações via internet no Brasil. O documentário Inside Job, sobre a crise de 2008, relata que grande parte das transações financeiras nas bolsas de valores são feitas por robôs.

O problema da compra automática de ingressos é que atrapalha o acesso das pessoas aos shows e, pior, gera lucros imorais a atravessadores que revendem os ingressos com ágio.

As empresas que vendem ingressos online e os produtores dos eventos não são prejudicados pela venda dos ingressos a princípio, o interesse é que sejam vendidos todos os ingressos. Há risco indireto para as empresas que comercializam os ingressos, pois os consumidores podem deixar de acessar o site de venda caso todo espetáculo que procurem esteja esgotado.

Outro problema é ferir a igualdade de acesso aos ingressos, imagine esses eventos cujos os ingressos se esgotam em minutos – como o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro – consumidores poderiam utilizar robôs para efetuar as compras o mais rápido possível após a disponibilização dos ingressos.

O desafio é impedir a atuação dos robôs sem afetar exageradamente a experiência do usuário. A primeira criação foi o CAPTCHA, aquele conjunto de letras que alguns sites nos obrigam a digitar, mas infelizmente os programas já conseguem superar os CAPTCHA.

Uma das soluções é enviar os códigos para o celular do usuário. Outra é estudar os padrões de comportamento do usuário no site de forma a isolar os que aparentam ser robôs.

Referência

  1. Foto: Cirque du Soleil at Marymoor Park 2010 (DC Ross/flickr) – CC BY-NC-SA 2.0
  2. Estadão / Link: Cambista digital afeta mercado de ingressos