O toca fitas do seu carro é furtado, enquanto isso, em outro ponto ocorreu um atropelamento em que a vítima faleceu e na Capital um funcionário finalizou do desvio de alguns poucos milhares de reais do Tesouro.
Quem cometeu o crime mais grave? Aquele que tirou a vida de outra pessoa?
Você foi muito mais prejudicado pelo furto do seu toca fitas do que pelo atropelamento do desconhecimento e pelo desvio de valores do Governo, dos quais menos de um centavo devem ter vindo de suas contribuições.
A gravidade de um delito deve ser medida pela gravidade do resultado que gerou ou pela vantagem adquirida pelo criminoso?
O crime é medido pelo resultado, e dos exemplos acima, o menos grave é o furto. A vida é certo que é um crime grave, mas e o desvio de verbas?
O desvio de verbas aparenta ser menos grave, pois não é praticado mediante violência e não somos atingidos diretamente. Se nos colocar-mos como vítimas, os valores desviados serão sempre irrisórios.
Há um erro nesse raciocínio. A vítima desse crime não sou eu nem você, é uma terceira pessoa: a sociedade. Considerando a sociedade como uma unidade, o desvio de milhares de reais se torna um crime vultuoso.
Ninguém aceita perder centenas ou milhares de reais, e é assim que devemos reagir a esse tipo de delito e exigir a devolução do valor desviado e a condenação dos envolvidos.