Indústria exportadora: sobreviver está complicado


Meus dois cunhados trabalham na indústria frigorífica, mercado totalmente distante da minha realidade pois sou vegetariano, ou melhor, ovolactovegetariano. Ainda não me acostumei com o mercado volátil da agropecuária: durante o ano há várias altas e quedas de preços, não é fácil sobreviver assim.

Com a crise mundial a situação se complicou nas empresas brasileiras que dependem de exportações. Um amigo foi contratado no início de 2008 para cuidar da produção dos móveis para um hotel do Caribe com centenas de quartos. No segundo semestre já havia deixado a empresa após meses sem receber salário em virtude da paralisação das obras do hotel.

O mesmo ocorreu posteriormente na indústria frigorífica, o problema da Sadia foi muito comentado. Em 2009 o preço da carne baixou tanto que possibilitou o Habbis reduzir o preço da esfirra de carne em mais de 30%, a redução foi causada pelo excesso de oferta no mercado após a forte queda das exportações.

Como o mercado nacional não absorveu o excesso de demananda, os frigoríficos tiveram que reduzir ou paralisar suas operações. De janeiro até agora 6 empresas já pediram recuperação judicial. O caso mais recente foi o do Independência, que ingressou com o pedido no último dia 2, conforme o comunicado do frigorífico ao mercado.

Essa redução na compra de gado está afetando o produtor rural que está com dificuldade tanto para receber pelo que vendeu quanto para vender o gado que está engordando, o Globo Rural de hoje destacou o problema:

Aparentemente a produção de frango também foi afetada. Aqui em Jarinu há um grande frigorífico especializado em aves e uns 15 dias atrás em vários pontos do município foram abandonados centenas de pintinhos. Não sei se há relação com o frigorífico, mas fiquei com dó dos bichinhos abandonados.