As cidades precisam de ações coletivas


São Paulo. Foto: flickr do Fernando Stankuns

Recentemente postei sobre a palestra cidades não são problemas, são soluções, apresentada pelo Jaime Lerner na Conferência internacional de Cidades Inovadoras, na qual alertou sobre a importância da integração da cidade.

Nesta Entrevista¹, ele comenta alguns detalhes sobre a integração que não notei na palestra, como a responsabilidade não ser apenas do poder público, mas sim, de toda a população:

Planeta Sustentável Porque o sr. acredita que cidade não é problema, mas solução?

Jaime Lerner Porque qualquer cidade – em qualquer parte do mundo – pode melhorar sua qualidade de vida em menos de três anos. Isso é possível porque nem sempre a reposta vem do dinheiro público, mas com soluções coletivas. É importante ter decisão política, mas é fundamental a visão estratégica para promover uma mudança e fazer com que todas as forças da comunidade atuem a favor(1).

Planeta Sustentável Quais os principais problemas das grandes cidades atuais?

Jaime Lerner São vários, mas três deles são essenciais às próprias cidades e à humanidade: mobilidade, sustentabilidade e diversidade social. Se as cidades resolverem bem esses três quesitos, estarão no caminho certo (1)

Para solucionar esses problemas, como vimos, não basta o investimento do poder público, é necessário incentivo e conscientização de toda a coletividade. O primeiro passo é debater os problemas e divulgar soluções, especialmente as mais simples, decorrentes de mudanças de hábitos.

Nesse ponto, a principal ferramenta é a educação. As crianças são abertas à mudança e assim como os publicitários já perceberam, através da mobilização delas é possível mudar os hábitos da família inteira, como fizeram em Curitiba:

Planeta Sustentável Como resolver um dos maiores problemas das metrôpoles: a imensa quantidade de lixo?

Jaime Lerner Educando as crianças. Em Curitba, alunos de escolas públicas separam, reciclam o lixo e ensinam os pais. Em vez de gastar recursos para coletar o lixo e depois desperdiçar energia para separá-lo, por que não o separar em casa? Há 20 anos, entre 60 e 70% da população de Curitiba separa seus rejeitos para reciclagem. É o mais alto índice do mundo(1).

Referência

  1. CAPELAS JR., Afonso. Cidades sustentáveis. Revista Exame PME, São Paulo, ed. 26, pág. 56-57, junho de 2010