A greve dos Correios prejudica principalmente as pessoas mais pobres, especialmente aquelas que não tem como acessar a internet para obter a segunda via das contas e as micro e pequenas empresas de comércio eletrônico.
Enquanto as grandes empresas trabalham com transportadoras particulares, as empresas menores dependem somente dos Correios para os envios, pois não têm volume suficiente para conseguir preços competitivos com as transportadoras. O Estadão é um dos poucos meios de comunicação que constatou esse problema:
Empresas que dependem da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para suas atividades já começam a contabilizar os prejuízos, enquanto os consumidores têm de procurar meios de pagar as contas vencidas (veja texto ao lado). Segundo a assessoria da estatal, até ontem, 19% dos empregados e 28% dos carteiros estavam em greve.
“Estou com 70% dos meus pedidos parados”, diz Ricardo Beraldo, proprietário da Talento Moda, fábrica de roupas femininas em São Paulo. O empresário conta que, nas últimas duas semanas, a maior parte de seus clientes, de todo o País, não recebeu os catálogos que divulgam a última coleção da fábrica.
“Normalmente, nessa época, meus compradores já teriam recebido a mala-direta e já estaríamos vendendo.” Além disso, segundo Beraldo, contas que venceram na última quinzena não foram entregues no endereço comercial. “O jeito tem sido correr atrás dos fornecedores.”
Outro empresário que tem sofrido com a paralisação é Fábio Seixas. Dono da loja virtual Camiseteria, que vende camisetas pela internet, ele afirma que os produtos estão demorando dois a três dias a mais para ser entregues. O prazo normal é de três dias úteis. “Para os casos mais urgentes, estamos usando os serviços de uma transportadora”, diz Seixas. A empresa recebe uma média de 400 encomendas por semana – todas são enviadas por Sedex.
Já as grandes empresas de comércio eletrônico não estão sendo tão afetadas. Isso porque usam serviços de transportadoras privadas. É o caso da Submarino e das Lojas Americanas. Procuradas, elas informaram que não tiveram alteração nas entregas.(1)
Na nossa empresa as vendas caíram nos pedidos menores, nos maiores o custo das transportadoras é semelhante ao dos Correios, especialmente no Sudeste. Os Correios deveriam contratar empresas de entrega para substituir os Carteiros em greve, essa medida aliada ao desconto dos dias parados reduziria a duração da greve.
Somente nos últimos 12 meses os carteiros já paralizaram as atividades 3 vezes. E em outubro ou novembro deveremos ter outra greve, relacionada a data-base.
Saiba +:
- (1) Estadão.com.br > Acordo não sai e greve de Correios entra no 16 º dia;
- Correios > Esclarecimento sobre a Greve;