A Época Negócios em novembro do ano passado entrevistou Rubens Ometto, presidente da Cosan. Na entrevista ele comenta sobre a reestruturação acionária da empresa, do mercado de açúcar e álcool e a luta para manter a propriedade da empresa, em um setor aonde as líderes faturam na ordem de bilhões de dólares por mês.
Logo no início na entrevista ele comenta sobre a falta de comprometimento dos executivos das empresas. Esse problema a cada dia afeta mais profissionais, em todas as áreas e níveis hierárquicos:
“O pessoal do mercado financeiro, por exemplo, não tem o link com os negócios que administra. Trabalham hoje com empresas de varejo, amanhã de cerveja. Eles montam um negócio, esperam as ações valorizarem, vendem e viram a página – vão brincar com outro brinquedo. São homens de negócio. Eu também sou um homem de negócio. Tenho veia financista. Do contrário não teria chegado até aqui. Mas também estou comprometido com o meu negócio. Comprometido com o açúcar, o álcool e a energia. Talvez isso seja um defeito, mas não sou uma pessoa que hoje está aqui e amanhã, ali (1).”
Muitos profissionais são seduzidos pelos melhores salários e pulam de empresa em empresa. Estão comprometidos somente com eles, não com a empresa ou com a sociedade – é o fenômeno atual da vida e prazer imediato. Tudo é consumível e descartável.
Já vivenciei alguns casos assim. Em um deles uma empresa contratou boa parte dos colaboradores recém contratados. Um mês de seleção e três de treinamento foram desperdiçados.Em outro caso, por uma oferta de salário 20% maior a pessoa deixou a área que gostava para fazer atendimento a usuários.
Temos que tomar muito cuidado ao contratar pessoas assim para as nossas empresas. No começo eles estão focados na empresa e lutam por resultados, pouco tempo depois passam a procurar outras alternativas e oportunidades.
A mudança freqüente de colaboradores acaba com a cultura e o conhecimento corporativos, nas micros e pequenas empresas essa dificuldade é maior. Como manter o interesse dessas pessoas e mantê-las motivadas?
O primeiro passo é selecionar adequadamente as pessoas que ingressarão na empresa, visando evitar pessoas que não tem senso coletivo. Sem seguida precisamos remover as pessoas que estão contaminando a equipe, etapa muito difícil pois é difícil detectar essas pessoas.
Resolvido o problema do ambiente, é necessário incentivo, cada pessoa valoriza um tipo de incentivo. Aquelas que consideram somente dinheiro não têm perfil para trabalhar em empresas de menor porte. É preciso gostar do negócio da empresa.
Saiba +:
- (1) Época Negócios > “Sabia que a operação era polêmica. Corri o risco”
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