Internet pela rede elétrica deve começar em 2009


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Em dezembro de 2007 escrevi que neste ano iria começar a distribuição de acesso à internet através da rede elétrica. O lançamento comercial não ocorreu pois falta a regulamentação da ANATEL.

A regulamentação finalmente foi elaborada e esteve em consulta pública até o fim de setembro. As primeiras concessionárias de energia planejam iniciar a operação em Janeiro de 2009 (AES Eletropaulo e Copel).

Há pouca informação disponível sobre como o sistema irá funcionar. Locais, planos e preços sequer foram comentados. Sempre que uma nova modalidade de serviço está para ser lançada surgem idéias de como se diferenciar dos modelos que temos atualmente e gerar demanda. Minhas idéias são:

Disponibilizar banda larga em locais inacessíveis

Cidades que possuem baixa verticalização (poucos prédios) e população de baixa renda não são atraentes para as empresas que oferecem banda larga, pois a quantidade de assinantes do serviço não é suficiente para cobrir os custos.

Como a infra-estrutura da transmissão de energia está disponível e ociosa, é possível implementar o projeto com custos menores em locais que não existem concorrentes.

Preços mais baixos

O custo de manutenção da banda larga pela energia elétrica é reduzido, pois grande parte da estrutura física é compartilhada com a rede elétrica existente. O mesmo vale para custos de vandalismo e furto de cabos, já “contabilizados” nas contas de energia.

Cobrança por consumo, não por velocidade

A cobrança pela banda larga pode ser feita na conta de energia elétrica e ser cobrado pelo tráfego consumido e não pela velocidade, assim como ocorre nas contas de energia, água e telefone. O usuário pagaria um valor mínimo mensal que permite o consumo de até x gigas no mês. O que exceder esse valor seria cobrado R$ 0,x por gigabit adicional.

Com isso todos teriam acesso à internet com velocidade suficiente para navegar, fazer ligações via Voip e até assistir TV. Os usuários que utilizam mais também pagam mais, o que preserva o equilíbrio do sistema e permite uma redução do valor mensal.

A cobrança por consumo pode criar uma demanda por sites e serviços que consumam pouca banda, assim como preferimos equipamentos que reduzam o consumo de energia.

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photo credit: Cesar Nogarolli