Comprimidos. Foto: photl.com
O Fantástico de 18/04/2010 exibiu uma reportagem sobre farmácias que pagam comissões aos médicos que as indicam aos pacientes. De acordo com a matéria, alguns médicos chegam a colar adesivos com o endereço da farmácia na receita.
Como todas as receitas são assinadas pelos médicos, nem é necessário colar o adesivo, é possível controlar a quantidade de indicações por outras formas. É a primeira vez que ouvi (e vi) comissões das farmácias, é mais comum críticas à forma como os fabricantes de remédios se relacionam com os médicos. Veja esta simulação de propaganda médica:
Em 2008, uma forte gripe me levou ao pronto socorro, o médico que me atendeu receitou 3 remédios. Chegando na farmácia, o farmacêutico me mostrou que os três remédios eram do mesmo fabricante (as caixinhas até combinavam) e que existiam genéricos para dois deles pela metade do preço.
No ano passado, minha esposa, que sofre com a sinusite, também teve que ir à emergência, em outro hospital. O médico receitou um medicamento cujo preço ultrapassava R$ 150,00 e não tinha genérico. Desconfiamos e no dia seguinte fomos no nosso médico de confiança, resultado? O remédio nem era indicado para o problema dela.
E os laboratórios de exames clínicos? É comum os médicos indicarem uma determinada empresa, pois confiam no resultado desse laboratório. Será que não ocorre o mesmo esquema? Eu fui em uma dentista que me entregou a requisição do exame no próprio formulário do laboratório.
Os médicos são mal remunerados, a maioria é obrigada a trabalhar em vários hospitais ou clínicas e mal tem tempo para se atualizarem. A princípio, não teria problema em receberem comissões de farmácias ou laboratórios. A dificuldade é que esse relacionamento e a ganância acabam levando o médico a prescrever uma maior quantidade de exames e remédios do que seria necessário e até mesmo receitar medicamentos mais caros.
E como fica o paciente?