Em 2006 assisti a palestra do Alexandre Tadeu da Costa, fundador da Cacau Show. A explicação do negócio da Cacau me surpreendeu: a Cacau Show não vende chocolate, mas sim, a experiência desde a compra até a entrega / consumo, passando pelo cuidado com a embalagem. Sim, o foco é na experiência do consumidor.
O mercado de chocolate, assim como a maioria dos mercados, comporta diversos posicionamentos – de produtos gourmet à opções econômicas – como comentei em 2009. Voltando à Cacau Show, ela se posicionou intermediariamente e criou um mercado para essa experiência do consumidor, seja para o consumo imediato como opção para presentes ou brindes.
o que produzimos é calor humano, e não chocolate. São sorrisos, abraços e beijos.
Não é só na questão de posicionamento que a Cacau Show é exemplo. A Cacau é a prova que um negócio pode começar sem nenhum investimento e crescer de forma sustentável, claro que investidores ajudam, mas não é o único caminho, como as revistas de negócios nos fazem pensar.
Assim como o Habbi´s, a Cacau Show aposta num modelo de preços baixos, mas oferecendo um pouco mais do que o consumidor espera. A receita da redução de custos passa por verticalização, baixo endividamento e atenção com o caixa.
É interessante que o Alexandre não esconde os erros, mostra como aprendeu com eles e o que fez para que não se repetissem. No último sábado (14/04) ouvi na Rádio Estadão (Reclame no rádio) uma entrevista do Alexande Costa, lembrei imediatamente da palestra e do exemplo de empreendedorismo.
Outro alerta do Alexndre lá na palestra de 2006 é que o papel do dono muda quando a empresa cresce, o dono não faz chocolate, mas sim, lê o relatório e cuida de gente, quantas pessoas ficam doentes ou não conseguem desenvolver uma boa ideia por centralizar as tarefas?
Referência
- Foto: photl.com