Renovar o Legislativo é imprescindível para uma nova política


Fachada do Congresso Nacional recebe iluminação amarela, símbolo da campanha do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
Fachada do Congresso Nacional recebe iluminação amarela (foto: Leonardo Sá/Agência Senado/Fotos Públicas – CC BY-NC 2.0 )

Considerando os últimos 20 anos, a renovação da Câmara sempre se manteve abaixo de 40%, a oscilação é pequena[1]:

AnoReeleitos ou com
mandato anterior

Novos
2014 61,4% 38,6%
2010 63,2% 36,8%
2006 62,4% 37,6%
2002 64,1% 35,9%
1998 64,3% 35,7%

O cenário para 2018 tende a permanecer o mesmo, pois dos 513 deputados, 407 concorrem à reeleição [1].  A reeleição é facilitada por vários motivos, a começar pelo fato desses deputados aparecerem na mídia durante os últimos 4 anos, ao contrário da maioria dos novos postulantes.

A distribuição do fundo especial de financiamento de campanha, (financiamento público que estreia nestas eleições), sob responsabilidade dos partidos, também privilegia os que já ocupam cargos legislativos na maioria das legendas, conforme explica o G1:

Dos R$ 843 milhões, 67%, equivalente a R$ 563 milhões, são destinados aos políticos profissionais (…)

A apenas três semanas das eleições, 2,8 mil dos 8,8 mil candidatos ao Congresso receberam verbas de seus partidos. Dentre esses, 736 já foram deputados ou senadores e 367 concorrem à reeleição. A verba que financia esses políticos é majoritariamente (91%) originária do “fundão” [2].

A cada eleição cresce a polarização – a concentração de eleitores em torno de discursos radicais. Se temos o lado positivo de aumentar a atenção para a política, o lado negativo é o debate centrado nos cargos majoritários.

Os candidatos aos cargos proporcionais, como os deputados federais e estaduais, acabam relegados para um segundo plano, com menor foco do eleitor.

O resultado dessa desatenção é a perpetuação de alguns partidos e principalmente de políticos com histórias comprometedoras. Fortalece as pessoas no Congresso que atuam visando benefícios pessoais em detrimento das demandas das pessoas que os elegeram.

No caso dos deputados, é muito importante observar que não basta escolher um bom candidato, pois os votos também serão somados aos recebidos pelo partido, conforme explicamos no post sobre a importância do partido do candidato nas eleições proporcionais.

Para a verdadeira renovação, temos que observar com muita atenção os partidos e os candidatos que escolhemos. Todos os demais candidatos do partido são beneficiados pelo nosso voto para deputado federal ou estadual.

Saiba +

  1. G1: Quase 80% dos deputados federais tentarão reeleição para a Câmara, diz levantamento
  2. Congresso em foco: Mais de R$ 560 milhões do fundo eleitoral vão para quem já foi parlamentar